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Ervas galactagogas e amamentação

Ervas galactagogas e amamentacao

Não é raro que as mães sintam que falte leite. E é super compreensível: amamentar exclusivamente nos deixa super responsáveis pela nutrição daquele bebê e, numa sociedade que resolve o problema da amamentação sugerindo mamadeira e fórmula, não é de se espantar que tenhamos apenas 54 dias de média de aleitamento exclusivo.

A falta de leite geralmente é uma “sensação”: depois da apojadura, e pelo final do primeiro mês, as mamas murcham, pois a produção AJUSTOU à demanda daquele bebê, então há uma sensação de que não há produção. Para contornar isso, é preciso entender que 80% da produção de leite é feita DURANTE a mamada e é preciso acolher esta mãe e ensiná-la a ver sinais de que seu bebê mama bem, tais como: 6 ou 7 trocas de fraldas por dia, com xixi sem odor forte nem alaranjado, cocô pastoso, variando entre esverdeado e amarelo abóbora, bebê que fica tranquilo após as mamadas.

Por outro lado, em alguns casos, pode existir baixa produção láctea, geralmente associada a técnicas incorretas de mamada, como não fazer livre demanda, controlar o tempo de mamada ou ainda bebês com anquiloglossia (a famosa língua presa), bebês prematuros, mães com problemas hormonais (como hipotireoidismo ou diabetes gestacional) ou mulheres com cirurgias de redução de mama. Nestas situações, depois de avaliação da mamada pela consultora de amamentação, podemos lançar mão de estratégias para aumento de produção, como por exemplo, ordenhas e o uso de galactagogos.

Galactogogos são substâncias que aumentam a secreção de prolactina, o hormônio responsável pela produção de leite. Ou seja, ele não aumenta o leite em si, mas seu hormônio precursor. Pra atingir seu máximo aproveitamento, a mulher que usa galactogogo precisa estar com a técnica de mamada em dia e vai precisar ordenhar também, pois, por si só, eles não fazem milagres.

Hoje eu quero aproveitar o dia da Botânica pra falar para vocês sobre ervas galactagogas! Um estudo nos Estados Unidos mostrou que 70% das mães usam alguma erva galactogoga e, destas, mais de 50% usam o fenogrego, mas outras ervas comumente utilizadas são a erva-doce, a silimarina e o cardo mariano. Neste mesmo estudo, os autores observaram que as mães relatam um aumento na produção de leite e se sentem mais seguras usando ervas do que medicamentos. A erva-doce, por exemplo, é bastante consumida em chás, mas para atingir seu potencial de aumento de produção é preciso que o princípio ativo seja concentrado e consumido em cápsulas, o que requer de 100 a 600mg por dia, observando a resposta no aumento de produção.

É claro que, para ter efetividade, essas ervas precisam ser usadas de forma correta. O fenogrego (Trigonella foenum‐graecum L.), por exemplo, pode ser usado na forma de sementes trituradas (1 colher de chá, 3x ao dia), mas tem um gosto muito forte, tipo curry. Na forma de cápsulas, são necessárias 9 cápsulas de 620mg por dia (3 ingestas de 3 cápsulas).

Numa metanálise, que é a comparação de um grupo de pesquisa com artigos já publicados mostrou que o fenogrego apresenta sim uma boa melhora na produção de leite, em comparação a placebos. De forma geral, foram reportados poucos efeitos colaterais do uso dessa erva, tais como náusea, vômitos e diarreia. Nesses casos, há de se suspender seu uso.

Desta forma, antes de sair tomando chás por aí, procure uma consultora de amamentação, “limpe o caso” e, se for precisar usar uma erva galactagoga, fique tranquila, elas são seguras pra ti e teu bebê.

Referências Consultadas:

Bazzano et al. Health provider experiences with galactagogues to support breastfeeding: a cross-sectional survey. J Multidiscip Healthc. 2016; 9: 623–630.

Khan  et al. Effectiveness of fenugreek as a galactagogue: A network meta‐analysis. Phytotherapy Rresearch, 2018; 32(3):402-412.

Nice, F.J. Selection and Use of Galactogogues. ICAN: Infant, Child, & Adolescent Nutrition, 2015; 7(4): 192 – 194

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